quinta-feira, 24 de julho de 2014

Minha casa, o braço de minha filha e Efésios 4:5

Há alguns dias, uma pessoa veio pela primeira vez em minha casa. Eu a busquei num ponto de encontro e a trouxe de carro. Como não temos nenhuma intimidade, viemos pelo caminho falando de amenidades.

Ao chegar em frente ao portão de minha casa a aparência serena da pessoa deu lugar a perplexidade e, com emoção na voz, ela exclamou: “Você mora numa mansão!”

Bem. Fiquei muito embaraçada e não soube o que responder. Assim, ela exclamou animada: “Que grande sua casa. Puxa, você mora numa mansão!” Nesse mesmo dia, meu filho me contou que nossa visita tinha dito para ele que nós morávamos numa mansão. Ele também estava surpreso!

Confesso que Deus nos deu um lugar agradável para morar. Minha casa é o abrigo e aconchego para meus filhos, meu esposo e para mim. Muitas vezes, é em minha casa que temos as reuniões de departamentos da igreja, vigílias, festas... Contudo, nunca a descreveria como mansão.

O interessante é que vejo muitos defeitos nela e, nesse momento, queremos vendê-la. Já ouvi várias vezes meu filho, do meio, em suas orações pedir a Deus uma mansão. Então, pensei que, talvez, Deus já tenha dado, pelo menos aos olhos de alguns...

Nesse mesmo dia, minha filha, com apenas 4 meses, teve seu braço deslocado (situação bem recorrente entre as crianças de até os 4 anos de idade). Meu Deus! Quanto choro, quanta correria, quanta dor!


Enfim, chegamos ao hospital que têm um ortopedista pediátrico de plantão. Devido aos berros da neném e o pavor dos pais (meu esposo e eu rsrsrs), fomos atendidos de emergência, passando na frente de muitos que enfrentavam uma longa fila na sala de espera.

É óbvio que o atendimento foi feito apenas depois de passarmos a carteirinha do convênio e ser financeiramente aprovado. Bem, quando na presença da médica, dei uma rápida explicação e, em milésimos de segundos, ela já havia resolvido o nosso problema. Falo sério. Não chegou nem perto de um minuto o tempo que a médica levou para colocar o braço de minha filha no lugar.

Fiquei feliz, mas por um tempo achei injusto ter pago (e não é barato)  uma consulta médica por aquele segundo de atenção. Estava eu pensando na injustiça financeira e olhando para minha filha... Então, sem dor, meu bebê olhou longamente para mim com um sorriso que iluminou minha vida (como ela sempre faz). Naquele momento, reavaliei meus sentimentos.

Quanto vale ter um filho sarado? O que eu queria era o resultado ou um longo atendimento? Bem, o resultado valia cada centavo pago. Na verdade, o valor é simbólico perto da alegria de ver bem nossos filhos.

Ainda nesse mesmo dia interessante, voltado para casa, após a curta estadia no hospital, passei em frente a uma igreja evangélica bem próxima a nossa igreja. Lá estava um grande banner com o anúncio da campanha da semana: “Efésios 4:5 – Um só Senhor, uma só fé, um só batismo’.”

Minha primeira reação foi de indignação. Que coisa! Com um versículo desse qualquer pessoa que andasse mais umas quadras e  entrasse em nossa igreja encontraria a Palavra genuína de salvação: Deus é único, indivisível, se manifestou aos homens na criação como Pai, na redenção como Filho e hoje se manifesta como Espírito Santo em nossas vidas. Para sermos desse Único Deus, precisamos nos arrepender de nossos pecados, ser batizados em Nome de Jesus Cristo para recebermos o perdão de nossos pecados e precisamos ser cheios do Espírito Santo. Entretanto, quem participou daquela campanha naquele lugar ouviu muitas coisas menos a mensagem que salva! Que pena. A mesma Bíblia e resultados diferentes!

Que surpreendente um dia pode ser. Acordei e descubro que tenho uma mansão, no meio do dia descobri que daria minha mansão e muito mais pela saúde e felicidade de meus filhos, mesmo que disso dependesse apenas um segundo de conhecimento de alguém.


E quanto a Efésios 4:5? Bem. Não vou dizer o que pensei e penso quando vejo revelações tão importantes nas mãos de pessoas que negam a verdade, mas se de todo você realmente quiser saber, leia Mateus 7:6. Acho que é isso mesmo!

Um grande abraço,
Miriam R. de S. Alvear

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