Há alguns dias, uma pessoa
veio pela primeira vez em minha casa. Eu a busquei num ponto de encontro e a
trouxe de carro. Como não temos nenhuma intimidade, viemos pelo caminho falando
de amenidades.
Ao chegar em frente ao portão
de minha casa a aparência serena da pessoa deu lugar a perplexidade e, com emoção
na voz, ela exclamou: “Você mora numa mansão!”
Bem. Fiquei muito embaraçada e
não soube o que responder. Assim, ela exclamou animada: “Que grande sua
casa. Puxa, você mora numa mansão!” Nesse mesmo dia, meu filho me contou que
nossa visita tinha dito para ele que nós morávamos numa mansão. Ele também
estava surpreso!
Confesso que Deus nos deu um
lugar agradável para morar. Minha casa é o abrigo e aconchego para
meus filhos, meu esposo e para mim. Muitas vezes, é em minha casa que temos as
reuniões de departamentos da igreja, vigílias, festas... Contudo, nunca a
descreveria como mansão.
O interessante é que vejo
muitos defeitos nela e, nesse momento, queremos vendê-la. Já ouvi várias vezes
meu filho, do meio, em suas orações pedir a Deus uma mansão. Então, pensei que,
talvez, Deus já tenha dado, pelo menos aos olhos de alguns...
Nesse mesmo dia, minha filha,
com apenas 4 meses, teve seu braço deslocado (situação bem recorrente entre as
crianças de até os 4 anos de idade). Meu Deus! Quanto choro, quanta correria,
quanta dor!
Enfim, chegamos ao hospital
que têm um ortopedista pediátrico de plantão. Devido aos berros da neném e o
pavor dos pais (meu esposo e eu rsrsrs), fomos atendidos de emergência,
passando na frente de muitos que enfrentavam uma longa fila na sala de espera.
É óbvio que o atendimento
foi feito apenas depois de passarmos a carteirinha do convênio e ser
financeiramente aprovado. Bem, quando na presença da médica, dei uma rápida
explicação e, em milésimos de segundos, ela já havia resolvido o nosso
problema. Falo sério. Não chegou nem perto de um minuto o tempo que a médica
levou para colocar o braço de minha filha no lugar.
Fiquei feliz, mas por um
tempo achei injusto ter pago (e não é barato)
uma consulta médica por aquele segundo de atenção. Estava eu pensando na
injustiça financeira e olhando para minha filha... Então, sem dor, meu bebê
olhou longamente para mim com um sorriso que iluminou minha vida (como ela
sempre faz). Naquele momento, reavaliei meus sentimentos.
Quanto vale ter um filho
sarado? O que eu queria era o resultado ou um longo atendimento? Bem, o resultado
valia cada centavo pago. Na verdade, o valor é simbólico perto da alegria de
ver bem nossos filhos.
Ainda nesse mesmo dia
interessante, voltado para casa, após a curta estadia no hospital, passei em
frente a uma igreja evangélica bem próxima a nossa igreja. Lá estava um grande
banner com o anúncio da campanha da semana: “Efésios 4:5 – ‘Um só Senhor, uma só fé, um só batismo’.”
Minha
primeira reação foi de indignação. Que coisa! Com um versículo desse qualquer
pessoa que andasse mais umas quadras e
entrasse em nossa igreja encontraria a Palavra genuína de salvação: Deus
é único, indivisível, se manifestou aos homens na criação como Pai, na redenção
como Filho e hoje se manifesta como Espírito Santo em nossas vidas. Para sermos
desse Único Deus, precisamos nos arrepender de nossos pecados, ser batizados em
Nome de Jesus Cristo para recebermos o perdão de nossos pecados e precisamos
ser cheios do Espírito Santo. Entretanto, quem participou daquela campanha
naquele lugar ouviu muitas coisas menos a mensagem que salva! Que pena. A mesma
Bíblia e resultados diferentes!
Que
surpreendente um dia pode ser. Acordei e descubro que tenho uma mansão, no meio
do dia descobri que daria minha mansão e muito mais pela saúde e felicidade de
meus filhos, mesmo que disso dependesse apenas um segundo de conhecimento de
alguém.
E quanto a Efésios
4:5? Bem. Não vou dizer o que pensei e penso quando vejo revelações tão
importantes nas mãos de pessoas que negam a verdade, mas se de todo você
realmente quiser saber, leia Mateus 7:6. Acho que é isso mesmo!
Um grande abraço,
Miriam R. de S. Alvear